Novas tecnologias no varejo: captando dados na loja física
Inovar é preciso para manter empresas e modelos de negócio.
Nesse sentido, acompanhar as principais tendências é indispensável, especialmente em uma era de rápidas transformações digitais.
Ainda que não vendam online, empresas de comércio também devem estar de acordo com as novas tecnologias no varejo, geralmente relacionadas à captação e à análise de dados.
Idade, interesses, comportamento de compra, gênero e outras informações ajudam essas empresas a criar ofertas personalizadas, a melhorar a experiência de compra do consumidor e a conhecer oportunidades de melhorias em suas lojas.
O objetivo deste artigo é apresentar algumas tecnologias, alguns cases de sucesso e indicar maneiras de coletar dados de clientes em lojas.
Novas tecnologias no varejo
Algumas das novidades tecnológicas no varejo são bem conhecidas e acessíveis até mesmo pelo pequeno empreendedor.
Redes sociais e lojas virtuais, por exemplo, não requerem grandes investimentos e são excelentes fontes de dados para conhecer o cliente e otimizar campanhas de marketing.
Assistentes virtuais, como a Alexa e o Google Home, e chatbots também podem ser utilizados por empresas de varejo. Geralmente, ajudam no atendimento ao cliente e na automatização de alguns processos.
No entanto, podem ser utilizados, também, para coletar dados relevantes e divulgar ofertas personalizadas para clientes em potencial.
Existem também, soluções que permitem autoatendimento dentro da loja, o que torna a experiência do consumidor diferente, mas não menos rica, já que o mesmo pode ter contato com os produtos na loja física e fazer a operação de compra na palma da mão de forma online.
Soluções de checkout que eliminam os caixas tradicionais quando o meio de pagamento for eletrônico, tendem a facilitar a jornada do cliente e a operação dos vendedores na loja e podem ser muito interessantes em grandes redes de varejo.
Os QR Codes, códigos de barras bidimensionais, acessíveis a grande parte dos consumidores modernos, também podem ser considerados uma nova tecnologia no varejo.
Ao ler o código com a câmera de um smartphone, o cliente pode acessar informações sobre um produto e realizar compras. No entanto, pagamentos também são possíveis no PIX, novidade do sistema financeiro brasileiro.
Outras tecnologias úteis ao varejo são mais avançadas, menos acessíveis a muitos empresários.
A inteligência artificial, por exemplo, tecnologia que pode combinar diferentes soluções, sistemas e métodos, é capaz de realizar tarefas com mais eficiência do que um profissional humano.
Assim, é possível, por exemplo, conhecer melhor a base de clientes e personalizar produtos e serviços, além de otimizar campanhas de marketing, atividades de gerenciamento de estoque e outras iniciativas.
A Internet das Coisas, ou Internet of Things (IoT), em inglês, é outra novidade tecnológica útil a empresas do varejo.
A tecnologia, que permite a interconectividade entre dispositivos eletrônicos, como smartwatches e smartphones, pode ajudar empresas a mapear o comportamento de compra nas lojas.
Os beacons, dispositivos que detectam e enviam informações, por exemplo, pode identificar os locais por onde os consumidores passam na procura por produtos e, assim, ajudar o gestor a melhorar o layout da loja.
A tecnologia de rastreamento também pode ser útil à logística. Atividades como controle de rotas, gestão de estoque e monitoramento de cargas podem ser otimizadas com o uso de sensores, como comentamos no artigo sobre logística no varejo.
As etiquetas inteligentes, ou RFID (Radio Frequency Identification), por exemplo, podem ajudar no controle de entrada e saída de produtos e na prevenção de furtos em suas lojas.
Já um Geographic Information System (GIS), ou Sistema de Informações Geográficas (SIG), pode orientar a escolha de pontos para novas lojas e no planejamento de rotas de entrega, de acordo com a localização de concorrentes e clientes.
Essas tecnologias, como mencionado anteriormente, costumam estar relacionadas a informações que podem ajudar muito as empresas que souberem aproveitar os insights gerados. No entanto, para isso, é preciso, antes, coletar dados.
Captação de dados
Existem diversas maneiras de coletar dados de um público-alvo, especialmente na internet. No entanto, a loja física também pode ajudar nesse sentido.
Algumas informações, como e-mail, idade e gênero, podem ser solicitadas ao consumidor na criação de um cadastro, em pesquisas de satisfação ou mesmo no acesso à conexão WiFi da loja. por exemplo.
Se exigir ação do consumidor, no entanto, é interessante oferecer um benefício extra, como um cupom de desconto ou brinde, como incentivo.
No entanto, há outras maneiras de coletar dados que, ainda que não identifiquem cada consumidor, ajuda a entender padrões de comportamento, preferências e interesses.
O volume e descrições das vendas, por exemplo, é um dado que pode ajudar a empresa a entender quais são os produtos mais procurados, a sazonalidade e o ticket médio da loja.
Naturalmente, a utilização de novas tecnologias no varejo também podem ser úteis nesse sentido. Dispositivos de IoT, como beacons, câmeras e sensores, por exemplo, ajudam a identificar os principais corredores de uma loja, os produtos mais procurados, e evitados, e até o perfil, idade e gênero dos consumidores.
Os dados gerados por essas e outras tecnologias podem, ainda, integrar um software de Business Intelligence, que facilita a análise de grandes volumes de dados, o que auxilia a identificar oportunidades e criar estratégias.
É claro que todas essas possibilidades devem estar em conformidade com a legislação. A empresa não pode, simplesmente, coletar e utilizar dados sem o conhecimento e consentimento do cliente. É imprescindível conhecer e respeitar a Lei Geral de Proteção de Dados.
Alguns cases
No Brasil e no exterior, diversas redes já adotam algumas dessas novas tecnologias no varejo. A seguir, compartilhamos alguns exemplos.
Lowe’s
Uma das maiores empresas do ramo de materiais de construção do mundo investiu na construção de um aplicativo que ajuda o cliente a encontrar artigos em suas lojas.
O consumidor tem acesso aos mapas de cada loja que indicam em qual corredor está o produto desejado e a disponibilidade em estoque.
Pão de Açúcar
A empresa paulista faz uso de QR Codes para facilitar o acesso à informação sobre produtos, ao apontar a câmera do celular para o código de barras bidimensional.
Informações sobre o item, como valores nutricionais e receitas, ajudam o cliente em seu processo de decisão de compra.
A loja também deve ganhar, pois essas leituras costumam gerar dados para a empresa. A Pão de Açúcar conseguiria perceber, portanto, quais produtos são mais buscados e, assim, poderia tomar melhores decisões de compra para reposição de estoque.
Amazon
Algumas de suas lojas são equipadas com câmeras e sensores que permitem adicionar produtos na cesta de compras e sair, pois o débito é feito automaticamente na conta do consumidor na Amazon.
Outros sensores, instalados nas prateleiras, identificam quais produtos atraem o consumidor, mas não são comprados, o que ajuda na melhor escolha do catálogo.
A utilização dessas novas tecnologias no varejo ajudam empresas a conhecer melhor seus clientes e negócios e, assim, melhorar seus produtos, serviços e atividades. Algumas dessas soluções, como inteligência artificial, câmeras digitais, softwares de BI e sensores, são mais avançadas. No entanto, questionários, pesquisas de satisfação, cadastros e até mesmo o histórico de compras pode ajudar na coleta de dados interessantes.
No entanto, é importante lembrar que a coleta, a análise e o uso de dados devem estar de acordo com a legislação brasileira. Para saber mais sobre o assunto, leia o artigo sobre a nova Lei Geral de Proteção de Dados.