A inovação e os impactos na sociedade
O Google foi o 21º mecanismo de busca a surgir no mercado.
Pausa para você se surpreender.
É isso mesmo: o buscador líder não foi o primeiro. Seu surgimento não foi inovador.
O que inovou, sim, foram seus diferenciais: o sucesso do Google, que o elevou a verbo (afinal, não “googlamos” coisas todos os dias?) foi criar algoritmos que pontuavam o conteúdo a ser apresentado de acordo com os critérios de busca, além de explorar frequência de cliques, títulos de páginas, perfil do usuário e, pouco a pouco, se transformar na gigante estrutura sem a qual não vivemos mais.
Quem nasceu pós-Google talvez não entenda como foi possível viver sem isso antes. Os que nasceram antes podem lembrar saudosos da Barsa (não sabe o que é isso? Joga no Google) ou outras ferramentas de busca que foram tão úteis.
Seja como for, a sociedade foi impactada pela inovação advinda dos algoritmos criados pelo Google e por outros que seguiram o mesmo caminho.
Fomos impactados pelo surgimento do Facebook (ou mesmo do Orkut), pelo Twitter, pela Apple, seus iPhones e “i’s” todos, AirBnb, Uber. Fomos impactados pelo Waze, NuBank, Whatsapp. Tudo tão comum hoje, tão disruptivo dias atrás.
A sociedade vem sendo impactada fortemente pelo avanço da tecnologia, pela mudança na economia tradicional, buscando o coletivo e o colaborativo, pelo entendimento de que a inovação incremental já não se sustenta sozinha – inovação disruptiva é mandatória.
Se não podemos garantir o futuro, podemos prevê-lo. E, mais do que isso, construí-lo. Há um enorme espaço no mercado para ideias inovadoras. Há também uma lacuna para adoção de tecnologias e ferramentas disponíveis para a transformação e perpetuação dos negócios.
Assim, o uso de inteligência artificial vira realidade em escritórios de advocacia ou no RH. Médicos usam realidade aumentada em cirurgias.
Drones e robôs passam, efetivamente, a integrar serviços de logística. Ao entender este movimento, empresas tradicionais passam a criar seus próprios laboratórios de inovação ou se aproximar de startups em busca de novidades mais rápidas e baratas.
A colaboração é um dos principais pilares do sucesso na adoção de soluções inovadoras, e é a mola propulsora de ecossistemas que estão sendo criados ao redor do globo – como Google, Amazon e os surpreendentes e exponenciais Alibaba e Tencent, gigantes de tecnologia chineses que movimentam mais de 1,3 bilhão de conterrâneos.
A inovação e os impactos à sociedade que chegam até o Brasil não dão noção do que acontece do outro lado do mundo.
A China não viu o cartão de crédito: passou do papel moeda para o m-payment (mobile payment, realizado por apps de celular), hoje usado por mais de 90% da população. Cidades que jamais tiveram estrada, hoje têm trem bala.
A sociedade chinesa mudou radicalmente com as inovações que lhe foram apresentadas.
Daí a certeza de que a inovação ainda tem muito a impactar na sociedade. E isso só será possível com investimento em pessoas e educação. O que os robôs puderem substituir, o farão. Mas isso não vale para o que é humano – sentimentos, capacidades, emoções.
Para concluir esta ideia, deixo as palavras do fundador do Alibaba, Jack Ma: “A maneira como ensinamos as crianças é a mesma há 200 anos. É baseada em transmitir conhecimento. E nós não conseguimos ensinar deste jeito uma forma de competir com as máquinas. As máquinas sempre serão mais inteligentes que os homens”.
Portanto, busquemos ensinar diferente, desde cedo, as nossas crianças. Para que sejamos os atores, não meros espectadores, da sociedade da inovação.