Logística: setor estratégico para garantir mais valor ao negócio

Logística: setor estratégico para garantir mais valor ao negócio

Com o aumento da complexidade das relações de negócios e o mercado se tornando cada vez mais competitivo, qualquer detalhe é crucial na hora da decisão do cliente de efetuar ou não uma compra. Conseguimos acompanhar diversas mudanças no mind set corporativo e a evolução de muito setores, principalmente da linha de frente, como os canais de vendas e o marketing. Mas, para agregar cada vez mais valor aos produtos e extrair margens mais favoráveis, tanto para o cliente, quanto para as companhias, setores como o de logística são fundamentais.

A verdade é que os produtos e serviços não têm valor a menos que estejam à disposição dos clientes quando (tempo) e onde (lugar) eles pretendem consumi-los. As empresas precisam estar cada vez mais à disposição dos clientes. Em função destes critérios, a logística deixou de ser vista como a operação que apenas transportava e remanejava mercadorias e começa a ganhar notoriedade, sendo vista estrategicamente como fonte de lucros. É um setor estratégico para garantir mais valor ao negócio.

A responsabilidade do setor perpassa não somente os processos de armazenagem, mas de agregar valor ao produto de acordo com a necessidade do cliente. Cada consumidor tem preferências especificas e o desafio para as companhias é satisfaze-los, o que abre caminho para inúmeras estratégias e diferentes empresas. O objetivo é oferecer um produto de qualidade ao menor custo possível para o cliente, proporcionando a melhor relação custo x benefício, alinhando as visões tanto de quem fornece, quanto de quem consome.

A eficiência do processo logístico é o catalisador desta reação. A sinergia nos procedimentos, envolvendo fornecedores deste o início dos projetos e mantendo o fluxo de informação nítido e acessível faz com que o gerenciamento funcione harmonicamente. A melhoria da gestão dos estoques e o consequente ganho de valor agregado só é possível de modo colaborativo. É importante não trabalhar com fornecedores, mas sim com parceiros. Estreitar laços e fidelizar os selecionados, entendendo suas necessidades e cooperando para fortalecer uma relação de ganha-ganha.

A tecnologia é (e sempre será) uma grande aliada. Sistemas de processos e de gestão integrados facilitam o fluxo de informações de diferentes setores corporativos e também com parceiros, a fim de performar da melhor forma possível, promovendo um entendimento total e apurando melhor os quesitos a serem aprimorados. Quanto maior o nível de detalhamento e controle de todos processos (materiais, pessoas, deslocamento, armazenagem…), mais fácil será a missão de achar gaps e removê-los, reduzindo custos e desperdícios, fazendo com que o produto atenda cada vez mais as expectativas, tanto da empresa, quanto do cliente.

O cliente quer ter a chance de escolher. Entre esperar dois dias para levar o produto ou pegar na hora, logicamente que ele vai querer sair com a mercadoria instantaneamente. A disponibilidade das mercadorias em todos os canais de vendas, sejam eles físicos ou online é mais um item dentro deste ‘pacote de benefícios’ que atrai o consumidor.

Trabalhar em um modelo colaborativo só possível com comprometimento. A logística só vai atender os resultados esperados se toda a empresa entender o verdadeiro valor da operação e não só a equipe de trabalha diretamente no setor. A divisão das responsabilidades e a descentralização do processo é parte fundamental para a eficiência do setor e engajar todos envolvidos é peça-chave.

Todo este planejamento, por vezes, é visto como uma forma de redução de custos afim de entregar um produto mais barato para o cliente. Mas não é assim que funciona. O preço não será o componente definitivo para o fechamento de um negócio, mas sim a percepção de valor que o cliente tem em relação ao produto/serviço oferecido. A Apple, por exemplo, que entrega um dos produtos mais vendidos no mercado, tem quase 100% de sua produção de Iphones e iPads fabricada na China. Por causa do custo da mão de obra? Também, mas não é só isso. Há outros motivos para grandes companhias como a Apple preferirem fabricar seus produtos em outro lugar que não o território americano.

A grande maioria dos fornecedores da empresa criada por Steve Jobs está localizada na China. Se fosse trazer a produção dos aparelhos da Apple para os Estados Unidos criaria grandes desafios na logística. Ou seja: como tornar viável a fabricação de aparelhos em uma cidade americana se quase todos os seus componentes estão a meio mundo de distância?

Além disso o porte das fábricas chinesas, hoje maiores e bem mais ágeis que as americanas, é outro motivo para continuar a produção fora de casa. A grande agilidade se soma à habilidade técnica de engenheiros chineses, a qual satisfaz a montagem complexa dos aparelhos, mas não é tão qualificada a ponto de justificar um alto salário. Para fabricar um iPhone nos Estados Unidos, o custo seria US$ 65 a mais que na China, onde a estimativa de custo de produção é de US$ 8.

O negócio só será bom e satisfará as necessidades do consumidor não quando estiver em uma embalagem bonita ou quando for uma grande promoção, mas sim quando o produto estiver disponível em quaisquer canais que ele desejar, no prazo que ele entenda ser justo e com a qualidade da entrega que mantenha intactas as mercadorias. O profissional de logística deve estar atento a todos tipos de deficiências nestes processos e trabalhar para encontrar soluções que melhorem o fluxo da operação.