Atingir novos públicos e diversificar a clientela. O atacarejo é um exemplo disso!
Existe uma nova onda que está ganhando cada vez mais espaço na mesa do consumidor: o atacarejo – as lojas que misturam os conceitos de atacado, com varejo. Em função da crise e da disparada dos preços, principalmente dos gêneros alimentícios. Este tipo de comércio está ganhando terreno e não é só a opção mais em conta para pequenos empreendedores ou das classes C, D e E. Ele está atraindo os estratos de maior poder aquisitivo também.
E 2015 já mostrou isso. Segundo pesquisa da consultoria Kantar Worldpanel, 49% das famílias de alta renda frequentaram ao menos uma vez no ano atacarejos. Este público, que está em busca de melhores preços em função da alta inflação, fez com que estes estabelecimentos que, historicamente, atendiam somente o pequeno comerciante, pessoas de baixa renda e um pedaço da classe média, passassem a atender as classes A/B, representando cerca de 20% da clientela de grandes “atacarejistas”.
E o motivo é alta dos preços e a busca por mais economia nas compras. Para se ter uma ideia, o Índice Geral de Preços Disponibilidade Interna (IGP-DI), usado como referência para correção de preços e valores contratuais, acumula nos últimos 12 meses uma alta de 11,23%. Este é um dos indicadores que mais afeta o preço das mercadorias. Ou seja: não está fácil para ninguém.
E o empresário do atacarejo se deu conta desta movimentação do mercado, da nova classe que está consumindo seus produtos e buscou formas de fidelizar este cliente específico. Tradicionalmente o setor é reconhecido pelas vendas de itens básicos, tanto de alimentação, quanto de higiene, mas está se reinventando, trazendo diferentes opções e qualificando a experiência do consumidor para atender também este diferente público.
Hoje é possível encontrar produtos mais sofisticados e de grande variedade. Além disso, pode escolher mercadorias que dificilmente seriam encontradas nestes tipos de estabelecimento, como leite liquido sem lactose, alimentos in natura, cervejas artesanais, condimentos de marcas premium, além de uma grande área destinada a hortifrutigranjeiros. A ideia é bem simples e funciona: circulando na loja você não tem a impressão de que está numa loja de atacado.
Os resultados estão aí para comprovar: só no ano passado, calcula-se que 3,7 milhões de famílias, de todos os níveis socioeconômicos, começaram a comprar no atacarejo e que, mesmo não sendo o principal canal de abastecimento da população, foi praticamente o único que cresceu no ano passado e com taxas invejáveis, crescendo em praticamente todas as regiões do Brasil, em média, 26%.
A crise ainda está atingindo o mercado, mas ela também cria oportunidades. Cabe ao empresário estar atento aos movimentos da economia, aproveitar o momento e verificar onde pode melhorar para atingir novos públicos e diversificar a clientela. O atacarejo é um exemplo disso!
